Foto| Kyle Thompson |
para Clara Nunes
E eu era dessas, daquelas, de todas as formas
e colhia tempos e tentava congelá-los para
evitar que a vida fosse
tão rápida, tão mínima, tão flash.
Peguei a estrada,
inventei ternuras,
armei estragos
e sinto as falhas tornarem-se assombrações – é sempre um bate e volta
(uma
terceira de Newton).
Beijei homens sem dentes,
homens que chupam a pedra
e depois cospem na mão para calar o
Diabo.
Beijei mulheres mortas,
mulheres sem pernas e sem braços –
sereias suburbanas
(capazes de seduzirem a Lua e morrerem ao
Sol).
Eu era a caminhante,
a caçadora de improbabilidades,
a especialista em vazios,
a montadora de quebra-cabeças sem peças.
Caminhei com os fracassados
e aprendi a passagem rápida para o desespero,
para o estopim.
Hoje não falo mais que treze palavras por dia,
sou das superstições, da reza brava, do tipo
q tece a própria corda para
embalar o pescoço
depois de uma vida ruim.
foda!!!!
ResponderExcluirPoema de quem sabe o lugar em que mete o nariz!
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