"Os homens tanto conquistaram;
Vejam! Até asas tomaram -
Artes, ciências,
mil exigências.
E apenas do sopro do vento
o corpo tem conhecimento."
Walden ou a Vida nos Bosques - Thoreau
Nunca contemplei tanto a natureza quanto agora, nunca amei tanto o canto repetitivo de um pássaro quanto hoje. O amor é um sentimento ilimitado e nunca tínhamos sido apresentados de fato. Sempre fui um homem extremamente apaixonado, mas nunca me dei o trabalho de experimentar o amor. Minhas paixões morriam dentro de sonhos, ideologias, metas, desejos e proximidades. Percebo a sensação de amar quando olho para o céu e vejo a imensidão azul cair sobre mim, pois é naquele instante que tenho a certeza que somos um, mas não somos a mesma coisa e não ser a mesma coisa livra-me da forma. Eu amo tudo sem a condicionalidade de uma troca igual ou de qualquer troca. Posso afirmar que amo tudo aquilo que não sou, todo assombro, toda natureza desigual. Amar o próximo é tarefa fácil, difícil é ter amor universal.
Quando eu morrer serei engolido pela terra, nos tocaremos, nos trocaremos e no final seremos outro além de homem e terra.
Se a sorte contemplar minha nova vida, serei formiga, serei formigas e sentirei a Terra em várias versões – serei diverso, serei um verso natural.
Gosto deste faz de conta de ser outro, pois assim consigo treinar meu sentimento universal – amar o que está além da realidade e ser capaz de amar o que de fato está distante: um pai hoje chora no Japão, gostaria muito de conseguir amá-lo, pois quem ama o Tsunami é Thoreau (meu amigo de cela).
Muito bom o ensaio. Me fez refletir sobre muita coisa. Bem ao estilo naturalista do Thoreau. Grande beijo minha querida!
ResponderExcluirUau, Lisa! Suave e impactante ao mesmo tempo.
ResponderExcluirBeijo.
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ResponderExcluirpsiu, exclui e recomento,pois errara a conta...beijos.
ResponderExcluirLisa, que bom que segues nos revelando o pensamento deste grande pensador... não é à toa que toda uma geração o seguiu. E que atual o dizer, o grito pelo amor universal, hein?
Um beijo grande, boa semana.
Carmen.
"Amar o proximo é fácil, difícil é ter amor universal." Lesdo isso eu fico pensando e me lembrando do José Régio e às vezes concordando com ele também. " eu amo o longe e a miragem." Belo texto, Lisa! Abraços. paz e bem.
ResponderExcluirA sutileza de seu texto é incrível. Sensibilidade à flor da pele. Muito bom, Lisa, muito bom!
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ResponderExcluirLisa volto a reler e a contemplar a imagem, ela fala demais sobre o mundo desabitado que estamos convivendo entre tantas enchentes, terremotos, descasos...
ResponderExcluirUm beijo grande e bom final de semana.
Carmen.
Sensacional, fazer uma releitura torna-se inevitável!
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