Tela: Victor Cauduro
É escusado sonhar que se bebe;
quando a sede aperta, é preciso acordar para beber.
Sigmund Freud
Olhava as flores do quintal e sentia uma nostalgia atemporal, uma espécie de sentimento que habitava aquele quintal por séculos – sentimento que visitara um dia seus antepassados e naquele instante instalava-se nela de uma só vez. Olhou as horas e sabia que daqui alguns minutos teria que partir e partiria não só daquele lugar – partiria também seu espírito, seria dividida em várias, um membro para cada espaço geográfico. A mãe com lágrimas nos olhos a abraçou tão forte que naquele instante ela se confundiu e já não sabia mais quem era quem. O pai sentado no sofá, com semblante insatisfeito, não agiu, não falou, não abraçou – apenas pediu-lhe que telefonasse caso chovesse muito pela estrada, o que ela interpretou como: ”Caso aconteça algo ruim, volte!”
Acordou de um sonho de despedidas, o efeito do ácido lisérgico terminara. Tomou uma dose de água, riu e pensou: “Se eu não fosse órfã, teria sido uma bela despedida!”.
muito bom!
ResponderExcluirabração.
se não fosse sonho, não seria tão bom! :o) beijos, k.
ResponderExcluirUm beijo Lisa, sempre bom estar aqui conferindo teus contos e neste o final nos transforma...
ResponderExcluirBom final de semana e carinho.
Carmen.
o quadro me fez lembrar RAMATIS... seus textos continuam otimos lisa, parabéns... kezia
ResponderExcluirSempre é triste quando o sol anuncia o fim do LSD...
ResponderExcluirDespedidas são sempre assim. Orfã ou não!
ResponderExcluirAbraços!
Um beijo Lisa, sigo vindo aqui para me encontrar em tuas fábulas do mundo real e também te abraçar e desejar uma ótima semana.
ResponderExcluirCarmen.
Um beijo pelo dia do Amigo!!
ResponderExcluirCarinho,
Carmen.
lisa,onde anda você?! saudades dos teus contos.abração.livia.
ResponderExcluiradoro como você escreve. aqui parece kafka, lá burroughs, grandes escritores, e mesmo assim é claro que você é original. que tudo parte de um sentimento, uma emoção vivida.
ResponderExcluirseu ritmo na prosa e no verso é demais. parabéns,
gonzalo